segunda-feira, 22 de outubro de 2012

NO VALE DAS SOMBRAS.

Chegamos no ponto demarcado por Wanda pouco antes dos primeiros raios de sol aparecerem no horizonte.
-Desmontar!- falei para as guerreiras- Cintya, amarre as montarias naquele ponto, peguem as armas e água!
-Sim meu Capitão!- era estranho ouvir meu novo titulo. Não estava ainda acostumado com meu posto de capitão de batedores.
-Devemos subir as escarpas pelo lado norte, com o sol em nossas costas!- disse-me Gurko- apos aquelas escarpas começa o vale das sombras, terras de Nadal.
Eu tenho um mal pressentimento- murmurou Valkiria- sinto cheiro de morte!
-Eu também não to me sentindo a vontade- confessei- atentos a tudo que nos cercam. Vamos! Temos pouco tempo! 
Começamos a dura escalada pelas escarpas do lado norte, com muita dificuldade. Levamos quase duas horas para transpor o paredão e quando chegamos no topo do plato ja era dia. O sol refletia em minha armadura prateada e as vezes cegava as minhas batedoras!
- Tome minha capa capitão- Tamil entregou-me a sua capa preta que servia de proteção tanto para a chuva como para o sol. - Sua armadura vai acabar nos denunciando!
-Por Tesadora! - disse- as lacaias poliram com esmero!
Ao chegar no plato, vimos que tinha duas trilhas seguindo em direção opostas. Gurko avaliava a situação farejando o ar em volta, hora sibilando sua enorme língua.
-Este é o limite!- falou olhando ao redor. O silencio era absoluto.- Qualquer trilha que seguirmos vai dar inicio ao Vale das \sombras. Aqui começa as terras profanas de Nadal.
-Vejam!- sheeva alertou- Rastros! 
Gurko analisou, farejou e os meus temores foram confirmados.
-Sem duvidas! Gorgons!- balbuciou vasculhando a terra.- Capitão! Veja isso!
Gurko me entregou um pingente. Pequenino e delicado, com o desenho de um pássaro.  Tudo indicava que pertenceria a Selena.
- Os Gorgons devem ter capturado Selena neste local, enquanto ela se decidia qual das trilhas seguir!-constatei temendo o pior.
-Se os Gorgons a pegaram, poucas esperanças temos em encontra-la viva-falou sheeny.
-Eles estão a espreita! Esperando por Nos!- temia Valkiria.- Devemos abortar a missão!
-Vamos adiante!- ordenei- Ja lidamos com os Gorgons antes! Precisamos saber o que Samael esta tramando e se Selena esta de fato viva! 
-Por ali!- apontou Gurko. Seguimos desconfiados e atentos pela trilha da esquerda. A medida que avançava-mos a paisagem mudava drasticamente. Rochas secas e arbustos esquálidos e ressecados. Em alguns trechos havia uma lama preta e pegajosa que grudava em nossas botas. O cheiro fétido era palpável! A cada passo que dávamos, uma neblina sufocante se espalhava entre nós. O sol sumira. As sombras engolia todo o vale. Eu olhava para meu escudo pra ver se o brasão pulsava, alertando alguma presença maligna! Nada! Alguns pássaros estranhos e pretos como a noite grasnavam, aqui e acola. A bruma ficava cada vez mais espessa, e mais sufocante.
- Atento para emboscadas!- sinalizei- Senti alguma coisa no ar?-perguntei a Gurko apreensivo.
-Nada! Só um péssimo pressentimento!- resmungou a fera. A nevoa ficara tão espessa que eu não conseguia ver Gurko ao meu lado e nem as outras guerreiras.
-Alto! Tamil pegue a corda!- ordenei. 
-Sim meu capitão!-  a voz de Tamil estava muito longe e eu percebi que tinha que agir  rapidamente!
-Gurko fique com as guerreiras!- Eu sabia que Gurko não precisava do sentido da visão para se orientar.
-Não se afaste muito! Não estou sentindo teu cheiro!- A voz de Gurko estava  muito longe.
Continuei seguindo em frente tendo certeza de que Gurko estaria com as guerreiras.
-Gurko você esta no comando!- declarei- Se eu não voltar em duas horas voltem pro acampamento e digam a Wanda que se preparem!
-Sim meu Capitão!- A voz de Gurko era apenas um sussurro. Parecia que estava a milhas de distancia! Olhei para os lados e não conseguia ver coisa alguma! A nevoa era sufocante e fria. As sombras pregavam peças aos olhos, produzindo formas aterradoras e malignas!  Tropecei em um ceifo de raiz e cai ao solo. Era impossível ver alguma coisa se quer naquela névoa espessa. Coloquei meu escudo apoiado no chão para verificar meu tornozelo. Estava um pouco inchado mas nada de tão grave. Escutei passos logo a frente e me ergui rapidamente com espada em punho. Caminhei alguns passos na direção do possível oponente imaginando que a qualquer momento seria atacado por uma criatura medonha, um Gorgon ou um demônio errante.
-Mas que diabos!-Sussurrei. Era um Cervo, com enormes galhadas  Negro como a noite e com olhos vermelhos. Me encarou por uns instantes e seguiu seu caminho. Eu não gostei. Me virei para buscar meu escudo e foi então que Ela apareceu pela primeira vez em minha vida. Estava ao lado do meu escudo, sorrindo para mim como se sorri para uma criança que faz o dever de casa com presteza!
-Vejo que meu presente esta te servindo bem!- Sonja como Nadael falava em minha mente sem mover os lábios. Sua beleza era indescritível  De olhos de um azul celeste e rosto singular, ficara em meus pensamentos até o fim dos meus tempos. Cai de joelhos sem saber o porque. Não Conseguia falar e nem me mover. O perfume que exalava do seu corpo celestial, era intenso e impregnava o ar fétido de Nadal.
-Mesmo sendo uma Deusa, não posso ficar por muito tempo nas terras de Nadal. Preciso que liberte Selena! Teu escudo te indicara  o cativeiro em que ela esta. Cuidado com Isadora! Ela tem poderes acima de sua compreensão. Seu ponto fraco é a sua vingança. Samael pretende libertar os titânicos de Nadal. Va e cumpra seu destino, Luciano de Avroz! - a nevoa começava a envolvela.
- Lembre-se do que foi dito: " a chave da vitoria não esta no presente ou no passado! Nem no futuro! Esta no presente!
-Minha Deusa!- supliquei, mas a nevoa lhe tomou por todo. Eu estive na presença da Deusa Sonja e jamais me esqueceria daquele raio de luz em meio as Sombras das terras profanas de Nadal. Eu tinha que libertar Selena. O meu escudo pulsava com aquela luz azulada da cor dos olhos de Sonja.
Peguei ele e conforme eu apontava para alguma direção ele pulsava mais rápido  Segui na direção em que ele pulsava freneticamente e o que eu vi me deixou revoltado. Selena estava em uma clareira machucada, nua e mesmo assim fadas magicas lhe faziam companhia como que a protegera das nefastas criatura que a cercavam. Aquele ser angelical, que apesar de ter sido torturado, humilhado e aprisionado naquele ambiente maligno... cantarola-va! Uma canção linda de felicidade eterna! Eu nunca sentira tanto ódio em minha vida! Todo guerreiro esta pronto para atos de tortura quando aprisionado, mas Selena era uma criatura doce, que mesmo sendo torturada, não se permitia odiar pelo simples fato de desconhecer esse sentimento! Rasgaram a pele dela, desenhando o brasão de Sonja em sua coxa, como sinal de escarnio e humilhação!
-Malditos profanos!- Gritei! Selena começou a chorar e me disse:
-Seu ódio me machuca, Capitão Ushoy!- As pequeninas fadas fugiram desesperadas. 
-Lamento Selena!- bradei- mas... EU NÃO SOU SANTO! 
Minha armadura começou a mudar drasticamente. Minha espada, outrora de Tesadora, mudou completamente entre feixes de luzes e rajadas de vento!
-Esta feito mãe!- Soluçou Selena- O anjo da morte esta preparado! Que Sonja nos proteja!
-Isadora! Apareça!- eu estava fora de min- Aquele que matou Ariel, senhor profano destas terras, exige sua presença! Peguei Selena pela braço e postei-a atraz de min.
Fobuz, Senhor das trevas( img web)

A mensagem de Sonja (img web)
o cativeiro de Selena (img web)
Luciano de Avroz, O anjo da morte( img web)
-Antes de ter com Isadora, tera que passar por mim, maldito guerreiro de Sonja!- Surgiu em meio as sombras, Fobuz ,  senhor das sombras. Pai de Ariel, o profano de Nadal!






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