sábado, 6 de outubro de 2012

EU ME TORNEI UMA LENDA

A luta prosseguia feroz. Ariel alucinado, me golpeava freneticamente, não me dando trégua.
Com um golpe do seu corpo de serpente, me tombou ao solo,  me deixando aturdido.
- Morra verme humano!- vociferou Ariel.  Desferiu um golpe com sua espada que por pouco não decepa meu braço direito. Conseguindo me erguer novamente, me postei em seu flanco esquerdo
ao qual era defendido por sua espada. 
Ariel prosseguia com seus ataques vigorosos sem dar tréguas. Defendia-me e atacava com agilidade, mas não o conseguia feri-lo de forma nenhuma. 
-Maldito demônio!- Pensei alto- Parece que lê minha mente! Ariel deu uma gargalhada estrondosa. Foi então que soube que a besta de alguma forma lia meus pensamentos e previa meus movimentos.
-O que foi verme humano? Não esta mais tão confiante em sua espada agora? Onde estão suas Deusas agora?- Ariel zombava. Eu por um segundo me descuidei e a espada dele cortou o que restava de minha armadura, deixando-me de peito nu.
Mais um golpe com seu corpo de serpente e eu estava novamente ao solo, desta vez sem minha espada que caíra a alguns metros a esquerda.
Golpeando meu escudo com violência  Ariel ganhava terreno com seu corpo me envolvendo pelo flanco, até por fim me enlaçar com sua calda.
-Por Sonja!- exclamei surpreso. Ariel me ergueu com extrema facilidade na altura de seus chifres, com olhar de vencedor...Confiante em sua vitoria.
-Seu fim esta próximo, verme! Nem Sonja ou Tesadora irão te salvar! - disse-me com deleite sincero. Eu estava preso pela perna direita, de cabeça para baixo , sem a espada e a merce do golpe final. Ariel golpeou e defendi com o escudo. Uma...duas... três vezes! Isso o deixou muito impaciente,  de tal forma que ele atirou seu escudo ao solo para poder arrancar meu escudo e liquidar o embate de uma vez!
Quando Ariel agarrou a borda do meu escudo, algo de mágico aconteceu: Imediatamente apos agarra-lo , fileiras de dentes serrilhados apareceram de toda a borda do escudo decepando parte de sua mão e todos os seus dedos!
A besta urrou de dor me jogando ao solo com violência, quebrando minhas costelas.
A dor que eu sentia era intensa e agonizante. O sangue brotava de minha boca e nariz e eu tinha a visão turva.  Me ergui cambaleante, respirando com dificuldade, procurava minha espada que estava a alguns metros da onde eu estava.  Meu escudo pesava demais naquele momento e eu o deixei cair quase ao mesmo tempo que o meu corpo tombava novamente. Via a espada a alguns metros...muito perto...porem...muito longe!
Senti que Ariel me agarrava novamente pelo tornozelo... sua mão decepada se regenerava rapidamente!
- Não sera desta vez que presentinhos de Sonja iram me derrotar verme!- a besta gracejava.
Faltava meio metro para eu alcançar minha espada quando Ariel me arrastou de volta para a mesma situação: La estava eu de cabeça para baixo, com Ariel me segurando pelo tornozelo, desta vez com sua mão.
Ele segurava sua espada profana pronta para me decapitar, quando sem pensar, agindo por estinto, suportando a dor insuportável ,  joguei meu corpo com violência em sua direção segurando-o pelos cornos ao mesmo tempo que desferia cotoveladas em seu focinho medonho!
Eu escutava os ossos do seu focinho quebrar, e não suportando mais a dor Ariel largou meu tornozelo. Imediatamente girei o corpo e cruzei minhas pernas por traz de seu tórax e fechei a tenaz com meus braços em torno do seu pescoço, apertando com toda a força que me restara!
Ariel se debatia ferozmente. Eu sentia minhas costelas quebradas perfurando meus pulmões.
Ariel me atingiu com
 uma cabeçada que quebrou meus dentes e cortou-me minha boca profundamente...mas não desisti. Continuei apertando...apertando...ate que Ariel o profano tombou ao solo.  Seu corpo de serpente se contorcia e eu sabia que era só questão de tempo ate ele se recuperar...sabia o que tinha que fazer mas minha espada estava a margem do rio...a uns 20 metros...! Eu não demoraria muito ate perder os sentidos.
-Só mais um pouco...mais um pouco!- pensava agonizante.
Escutei um rugido surdo...Ariel estava acordando e seria meu fim pois eu me arrastara pouco mais de um metro em direção da espada de Tesadora, agora minha espada. Estiquei o braço o máximo que pude tentando... arrastar me... sentia que a besta acordara e deveria matar-me em poucos segundos...era meu fim.
Não posso afirmar com clareza se foi alucinação devido a agonizante dor que eu sentia ou se eu apenas imaginava que a espada estaria tão longe. O fato é que a espada apareceu em minha mão de ataque e ao mesmo tempo que eu via a sombra de Ariel crescer por traz do meu corpo, eu desferi um golpe certeiro em seu peito, cravando a espada profundamente em sua carne vermelhada. Ariel chegou a agarrar me pelos ombros, urrando de tal forma que quase me estoura os tímpanos  Retirei a espada do seu peito e com o pouco da força que restara, eu o decapitei de um só golpe. Com espasmo do seu corpo de serpente, Ariel me jogou próximo as margens do rio Ushoy quebrando meu braço e nariz. Vi a besta se contorcendo dantescamente, não muito longe de sua cabeça, até cessar todo e qualquer movimento.
-Eu venci !- constatei - Entrego-me a ti Sonja...Tesadora...eu fiz meu melhor!
Podia sentir as águas do rio molhando minhas pernas. O cheiro da água era muito agradável.
Via o firmamento escurecido pelas nuvens negras pouco a pouco clareando, dando espaço para um azul brilhante e celeste. Apesar de todos os meus ferimentos eu não sentia mais dor, nem meu corpo fraturado. Via criaturas aladas de uma beleza indescritível! Escutava agora os pássaros  os insetos...toda a fauna e flora! Meu corpo flutuava agora pelas águas do rio Ushoy ao sabor da correnteza...então Sonja e Tesadora me enviaram suas fadas...seus anjos! 
Fadas Sonja (img web)

Fadas Tesadora (img web)

O sacrificio de Nadael (img web)
Elas me curaram meus ferimentos...minhas cicatrizes...e foi dai que eu me tornei uma lenda...me tornei não apenas um guerreiro, mas um guerreiro que matou Ariel, o profano de Nagal!
Um guerreiro ungido pelo sangue da asa esquerda de Nadael , a filha de Tesadora!

Nenhum comentário:

Postar um comentário