domingo, 7 de outubro de 2012

SAMAEL RECUA.

Despertei sufocando-me nas águas límpidas do rio Ushoy. Respirei fundo. O ar queimava meus pulmões. O final da tarde se aproximava , com o céu sem nuvens e de um azul celeste magnifico.
Cheguei a margem do rio totalmente nu e extenuado. Tombei na areia fofa da praia imaginando que tudo não passara de um sonho...na verdade um maldito pesadelo:
- Por Sonja! Que pesadelo medonho!- balbuciei notando que minha montaria pastava placidamente
a alguns metros.
Me ergui procurando minhas vestes e o que restara da minha armadura não avistando nada em lugar algum. Entao meu sangue gelou nas veias: A alguns metros da margem avistei o corpo decapitado de Ariel , o profano de Nagal, inerte próximo a espada sagrada de Tesadora. Meu escudo estava  a uma centena de metros a esquerda do cadáver, que era devorado por insetos.
-Então não foi pesadelo nenhum! Venci Ariel com meus punhos!- considerei em meus pensamentos. Peguei o escudo e a espada e me desloquei em direção a montaria absorto em meu pensamentos quando notei que ao meio do leito do rio Ushoy, algo estranho estava acontecendo:
As águas estavam revoltas, criando um turbilhão violento. Faixo de luz apareceram vindo das profundezas do rio, criando um espectro de luzes e cores magnificas!
Surgiu do redomoinho uma criatura angelical, entorno de uma áurea magnifica. Era alada, porem sua asa esquerda fora decepada! A visão estonteante daquele ser de luz, me petrificou. Ela flutuava nas águas límpidas do rio vindo em minha direção. Sentia o seu perfume cálido e angelical 
penetrando minhas narinas, causando-me uma paz interior jamais sentida antes. 
" Tu que derivas do segundo nome de Samael é o escolhido de Sonja e Tesadora. Tens meu sangue em suas veias, pois honraste  a espada de minha mãe derrotando o profano de Nagal. Para
impedir a tua partida do mundo humano, sacrifiquei minha liberdade de passear no firmamento com meus queridos amigos alados. O sangue de minha asa esquerda de deu uma nova vida, mas cobrara um tributo e um fardo."
Nadael, esse era seu nome, falava-me sem mover os lábios ou emitir o som de sua voz. Eu escutava o seus pensamentos em minha mente, parecia ouvir uma musica angelical ao fundo do bosque.
" defenderas o mundo livre com o grande Cimério ate chegar o momento da verdade do Supremo. Eu, Nadael de Tesadina, filha da grande Tesadora , do sangue da Deusa Sonja, te dou outro presente:  Nadak, a armadura feita de minha asa esquerda! Ela te protegera contra as batalhas do renegado do Supremo. "
Senti seus lábios sagrados tocando minha face direita.
" Lembre-se: o segredo da vitoria não esta no passado ou no presente. Não esta no futuro. Esta no Presente!"
Ela desapareceu. Do turbilhão das águas surgiu Nadak, a armadura suprema de Nadael! 
Toda prateada com o brasão de Sonja e Tesadora no peitoral, com elmo semelhante ao de Tesadora, a peça era magnifica!
Fui busca-la a margem e notei meu reflexo nas águas e pasmei com que via: Meu corpo estava robusto e sem nenhuma cicatriz. Tive a impressão que estava mais forte, mais saudável que outrora. Vesti a armadura que se moldou ao meu corpo com perfeição. A vestimenta era muito leve e confortável. A bainha da espada era presa a minhas costas e o escudo também poderia se afixar por cima da bainha, próprio para longas viagens.
Coloquei a cabeça de Ariel em um saco de feltro e amarrei a montaria. Cavalguei rumo ao acampamento e meio caminho andado avistei Mirna, Wanda , Cintya e as gêmeas vindo ao meu encontro montando suas feras domesticadas.
-Por Sonja nanico!- Disse Wanda- por onde andava? Pensei que tivesse desistido de nós!
-Mas que bela armadura!- admirou-se Cintya- De onde roubaste?
-Conto mais tarde, por Tesadora! Eu poderia comer um cavalo! Estou faminto!- falei alegremente.
-Acho que não teremos muito tempo para banquetes- disseram as gêmeas- a próxima batalha se aproxima!
-Eu acho que Samael vai dar uma trégua por hoje!- falei com firmeza acariciando o saco onde estava a cabeça de Ariel- Ele teve trez grandes perdas hoje. Vai reagrupar e esperar o momento certo para novo ataque.
-Que Sonja te ouça! Vamos preparar um banquete para comemorar esta batalha:  3 mil demônios tombados contra nenhuma baixa! 
-Tens razão Cintya- disse Mirna- temos que comemorar o feito! 
Galopamos animadamente para o acampamento de McMonti. O rescaldo da batalha terminara. Pilhas de corpos de demônios eram queimados pelos lacaios.
Wanda (img web)

Nadael de Tesadina (img web)

Sheeny (img web)
O crepúsculo começa aparecer no horizonte. Eu não conseguia tirar da mente Nadael e o que ela me dissera. O mesmo que aquela bruxinha Celta me disse no sope de Sorobuk: " A vitoria não esta no passado, presente ou futuro...e sim no presente!"

Nenhum comentário:

Postar um comentário